ESTGOH, a nossa primeira opção

Termos uma escola de primeira opção faz de Oliveira do Hospital um município e um território de primeira escolha para centenas de estudantes. Temos de estar à altura dessa responsabilidade – todos, e aqui incluo o setor privado e a sociedade civil – temos de potenciar a nossa terra como um sítio onde as pessoas possam viver felizes, e sentirem-se em casa.

Nos últimos anos letivos, a ESTGOH tem conseguido três coisas muito importantes para uma instituição de Ensino Superior: tem tido mais candidatos e, por isso, mais vagas ocupadas, tem tido melhores candidatos e, por isso, notas de entrada mais altas, e tem consolidado a sua credibilidade e comunicado melhor a qualidade do seu ensino, e por isso tem tido mais candidatos a escolherem-na em 1.ª Opção.

Oliveira do Hospital também tem de colocar a escola como uma opção prioritária. Há alguns meses falámos aqui da necessidade de novas instalações – uma escola forte e credível exige instalações definitivas e infraestruturas que potenciem a qualidade do ensino e da investigação e que atraiam estudantes nacionais e estrangeiros. No entanto, desta vez quero falar de outro tipo de infraestruturas que continuam a faltar para cativar e fixar alunos – as de alojamento e habitação.

A falta de casas ou quartos para que os estudantes se instalem, bem como o preço elevado de várias opções que há no mercado, dificultam a vida dos alunos e das suas famílias. Não nos podemos esquecer que o Ensino Superior Público tem como obrigação a qualificação de todas e todos, independentemente da sua condição socioeconómica, e para muitos pais e mães custear os estudos dos filhos até ao final da sua licenciatura ou mestrado é um sacrifício muito grande. Se não houver uma oferta de alojamento a preços acessíveis, esse sacrifício torna-se impossível para alguns agregados familiares, o que resultará em abandono escolar.

Esta situação não é exclusiva de Oliveira do Hospital, mas revela-se particularmente prioritária no nosso caso. O nosso concelho precisa de novos habitantes, em particular de jovens a iniciar a sua vida ativa, e acolher e cativar aqueles que vêm de fora para estudar cá tem de ser encarado como uma missão. Que é tão importante como acarinhar e estimar os que são de cá e escolhem cá ficar.

Em todo o país existem menos de 16.000 camas disponibilizadas pelas instituições de Ensino Superior em residências universitárias ou ofertas congéneres. O objetivo é, através do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), conseguir mais 15 mil camas até 2026. Para termos uma noção da insuficiência desta oferta que, na melhor das hipóteses, chegará a 31 mil camas daqui a quatro anos, só para este ano letivo há mais de 50.000 vagas de entrada no Ensino Superior.

Utilizar as oportunidades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030 para a reabilitação urbana tem sido referido em várias circunstâncias. Agora podemos, e devemos, juntar o útil ao agradável e utilizar vários destes projetos de reabilitação urbana para a criação de alojamento estudantil – em Oliveira do Hospital essa opção pode e deve ser feita pelas entidades públicas, em particular a autarquia e o próprio Instituto Politécnico de Coimbra, que não devem esperar que a ESTGOH cresça mais para atuar, mas antes serem agentes diretos para potenciar esse crescimento, diagnosticando oportunidades para instalar este tipo de oferta de alojamento acessível.

Termos uma escola de primeira opção faz de Oliveira do Hospital um município e um território de primeira escolha para centenas de estudantes. Temos de estar à altura dessa responsabilidade – todos, e aqui incluo o setor privado e a sociedade civil – temos de potenciar a nossa terra como um sítio onde as pessoas possam viver felizes, e sentirem-se em casa.

Neste período de férias e festas que agora se inicia, desejo também a quem me lê um bom descanso, e que o verão seja período para reencontros e recarregar baterias para podermos continuar à procura de sermos felizes e fazermos os outros felizes.

Pedro Miguel Coelho

Jornalista do “Expresso”

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