Falta de médicos volta a afetar Centro de Saúde de Oliveira do Hospital

Serviço de Urgência está a ser assegurado pelos médicos de família, o que está a criar problemas ao nível das consultas de medicina geral e familiar.

O serviço de urgências do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital está de novo a causar dificuldades aos utentes que pretendem uma consulta de medicina geral e familiar. Em causa está a falta de médicos para assegurar o serviço de atendimento permanente (SAP), o que não sendo uma situação nova neste Centro de Saúde, está a fazer-se sentir de forma mais aguda desde fevereiro, com os médicos de família a ter de “segurar as pontas”.

A preocupação é partilhada por utentes e pelo próprio diretor do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, o médico Álvaro Luís, que não esconde a angústia diária dos médicos que ali prestam serviço de não poderem cumprir com o calendário “normal” das consultas de medicina geral e familiar, para estarem na urgência. “Assim é complicado” admite o clinico, que reconhece a dificuldade dos utentes em marcar uma consulta com o seu médico de família. “Entre noites, fins de semana e folgas, quase não restam dias nenhuns para as consultas” considera, lembrando que esta situação decorre do facto da empresa responsável por assegurar a contratação de clínicos para o SAP ainda não ter colocado mais médicos em Oliveira do Hospital.

“Temos a indicação de que virá um médico novo nas próximas semanas”, adiantou ao nosso jornal, fazendo notar que, neste momento, existem oito médicos afetos ao serviço de urgência, mas o ideal “seriam mais quatro”. “Nós sentimos que os utentes têm razão quando se queixam”, diz, considerando que os médicos têm estado “a fazer um esforço para as coisas funcionarem”.

A preocupação é tanto maior, por quanto se aproxima um período critico, com as férias dos médicos, por um lado, e por outro, com o aumento do número de atendimentos na urgência, por força do aumento da população durante a época de verão.

Com a situação “estabilizada” desde finais de 2015, altura em que se deu a grande “sangria” de médicos deste Centro de Saúde, por motivos de aposentação, Álvaro Luís, entende, todavia, que “as coisas têm mesmo que mudar” e que este serviço de urgências tem se ser repensado, para não afetar a qualidade dos cuidados de saúde primários, que é a base de funcionamento dos Centros de Saúde. “O ano passado tivemos indicadores elevadíssimos porque tínhamos as consultas a funcionar em pleno, este ano já não estamos a conseguir”, admitiu o clinico que acredita no “plano de reestruturação” do SAP do Centro de Saúde oliveirense que tem estado a ser estudado entre a Administração Regional de Saúde do Centro e o Município de Oliveira do Hospital.

Refira-se que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital tem tido um papel ativo na resolução dos problemas relacionados com o funcionamento do Centro de Saúde, atribuindo, nomeadamente, um subsídio de alojamento aos médicos que se queiram fixar em Oliveira do Hospital e reivindicando, junto da ARS Centro, a colocação de novos médicos, sempre que há lacunas como as que se estão de novo a viver.

Também a Unidade Móvel de Saúde, estacionada na FAAD, tem contado com o apoio do Município, percorrendo os locais mais recônditos do concelho, onde não há consultas com o médico de família, para prestar os cuidados primários de saúde à população.

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