Mulher dá à luz no Centro de Saúde de Oliveira do Hospital

Situação no SAP pode agravar-se no final do ano com a saída de três médicos para a reforma.

Uma mulher deu à luz, sábado, no Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, tendo sido assistida pela equipa médica que estava de serviço nas urgências.

A parturiente, residente em Lagares da Beira, tinha dado entrada naquele serviço por volta das 19h30m, transportada numa ambulância dos Bombeiros de Lagares, e acabou por ter a criança meia hora depois, cerca das 20h10m, sem dar tempo para ser transferida para a maternidade em Coimbra. Ainda foi acionada a Viatura Médica de Emergência (VMER) que acabou por já não assistir ao parto, tendo feito apenas o acompanhamento da mãe e do recém nascido até à maternidade.

Trata-se do segundo filho da parturiente, e é também o segundo bebé a nascer no Centro de Saúde local este ano. A equipa médica do Centro de Saúde ainda terá posto a hipótese, numa primeira observação, da mãe seguir para Coimbra, mas já dentro da ambulância, as contrações terão novamente começado a acelerar, levando o Lucas a nascer em Oliveira do Hospital.

Um caso que não sendo inédito vem reforçar ainda mais a necessidade deste serviço se manter em funcionamento 24 sobre 24 horas, situação que, nos últimos tempos tem estado comprometida devido à falta de médicos para assegurar o Serviço de Atendimento Permanente, sobretudo ao fim de semana e épocas de férias. Ainda no último verão, o SAP do Centro de Saúde esteve à beira da rutura, com a maioria dos médicos de férias, tendo inclusivamente havido curtos períodos de tempo em que este esteve sem qualquer clinico ao serviço.

Fonte ligada aos Bombeiros adiantou ao nosso jornal que houve situações em que estes foram informados de que teriam de transportar os doentes diretamente para Coimbra, precisamente porque a unidade de saúde local não teria profissionais ao serviço para assegurar o atendimento. “Alguém tem de mexer nisto porque qualquer dia o centro de saúde fecha mesmo”, garante fonte por nós contactada, lembrando que o caso deste sábado, do bebé que nasceu no Centro de Saúde, só vem chamar a atenção para a “urgência” da manutenção do serviço de urgências em Oliveira do Hospital, até porque “daqui a Coimbra são pelo menos 45 minutos, e em 45 minutos muita coisa pode acontecer”.

A situação, já de si complicada, corre o risco de se tornar “caótica” a partir do final do ano, altura em que três médicos oliveirenses terão atingido o tempo de serviço para a reforma, tendo manifestado vontade de se retirar a partir dessa data. A confirmar-se a saída desses três clínicos perspetiva-se que pelo menos 10 mil utentes possam ficar sem médico de família, o que a juntar à escassez atual destes profissionais, pode ameaçar de vez um serviço que há anos reclama por mais médicos, dado o universo de utentes inscritos e que recorre a Oliveira do Hospital em termos de serviço de saúde. A situação “caótica” vivida nos últimos tempos no SAP levou mesmo o presidente da Câmara a intervir e a pedir à ARSC a colocação de mais médicos neste Centro de Saúde, o que até agora não tem sortido efeito, pois os médicos colocados em Oliveira do Hospital acabam por não ficar e sair para outros serviços, mais próximos dos grandes centros.

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