Oliveira do Hospital não se pronuncia sobre extinção de freguesias

Assembleia Municipal prolongou-se até as cinco da manhã com discussão sobre a reorganização administrativa

Assembleia Municipal prolongou-se até as cinco da manhã com discussão sobre a reorganização administrativa

Assembleia Municipal prolongou-se até as cinco da manhã com discussão sobre a reorganização administrativa

Já passava das cinco da manhã quando a Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital votou, por maioria, pela não pronúncia sobre a reforma administrativa das freguesias, colocando-se a partir de agora, nas mãos da unidade técnica que irá propor o número de autarquias locais a agregar no concelho. Um debate que, apesar de ter começado precisamente há um ano, demonstrou existirem mais dúvidas do que certezas em relação a esta lei, e a prova foi a ausência de unanimidade na hora da votação. As dúvidas que pairam sobre a segunda maior freguesia do concelho – Nogueira do Cravo – voltaram a dominar as intervenções da noite, tendo sido posta à votação uma proposta de desclassificação da freguesia como lugar urbano, pois a ser considerada como tal e porque é contígua à freguesia urbana de Oliveira, Nogueira poderia desaparecer do mapa autárquico. O presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino foi claro a afirmar de que quem “podia salvar Nogueira, não é o senhor A ou B, mas são os senhores quando votarem esta proposta”. “Se alguém está à espera que lhe seja erguida uma estátua não espere porque são os senhores que têm o poder de fazer isso”, reforçou o edil, em jeito de recado a alguns populares e elementos da Assembleia de Freguesia de Nogueira ali presentes, que votaram um parecer pela pronúncia da Assembleia Municipal, convictos que este era o único caminho capaz de “salvar” a freguesia. Alexandrino entende que não é assim, havendo inclusivamente “pessoas da unidade técnica que dizem que é fundamental desclassificar Nogueira antecipadamente”. Percebendo a preocupação com a segunda maior freguesia do concelho, o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira, considerou “exagerada a pressão sobre os eleitos locais”, julgando que “há mais vida para além de Nogueira”. “Tenham calma que antes de Nogueira não era o caos e depois não vai ser o apocalipse”, afirmou o autarca, a quem é conhecida desde o inicio a oposição à reorganização administrativa, e a oposição à pronúncia dos eleitos locais. “Ainda que fossemos nós a fazer o trabalho sujo, iriam levantar-se fatores de divergência” e a discussão iria “descambar”, como aliás já aconteceu na última reunião, realçou o presidente da Junta de Vila Franca, uma das freguesias que se encontra “na lista” para abater, de acordo com os critérios vertidos na lei. Da bancada independente, José Vasco de Campos, advertiu de que a pronúncia de Assembleia Municipal sobre Nogueira poderia “não ser suficiente” para evitar a sua extinção, lamentando assim que a órgão máximo do concelho não se queira pronunciar sobre a lei, para ficar bem com “Deus e com o Diabo”. “Não podemos querer resolver o problema de Nogueira e o resto que fique com Lisboa”, advertiu o deputado independente, garantindo “não ter medo de dizer as freguesias a extinguir”. Foram necessárias cerca de quatro horas para a proposta de não pronúncia ser finalmente votada, merecendo nove votos contra e 3 abstenções, vindas da bancada independente e do PSD, à exceção dos presidentes de Junta.

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