Oliveira do Hospital reclama unidade de saúde mental

Tema esteve em debate numa mesa redonda que contou com a presença da neuropsicóloga Maria João.

O vereador da ação social da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, lamentou que a equipa de saúde mental que está a funcionar em Tábua, não tivesse sido instalada no centro de saúde oliveirense, tendo em conta sobretudo a “centralidade” e o conjunto de respostas que Oliveira oferece, atualmente, na área social e da saúde.

A crítica fez-se ouvir durante uma mesa redonda sobre saúde mental que decorreu na biblioteca municipal, e que contou com a participação de uma especialista nesta área, a neuropsicóloga Maria João Crugeira.

Sem querer “qualquer conflito” com o concelho vizinho, o vereador não deixou de partilhar com os presentes a sua “estranheza” pelo facto desta equipa ter sido criada em Tábua, quando todos os indicadores em termos de respostas sociais quer em termos de capacidade médica instalada no concelho, apontavam no sentido daquela ser sediada em Oliveira. “Na altura houve um empenhamento muito grande da nossa parte para que este serviço ficasse localizado em Oliveira e estranhámos a decisão de ir para Tábua, que ao que parece, não tem atingido os objetivos”, afirmou o vice presidente da autarquia, para quem a prestação de cuidados na área da saúde mental “não é uma questão menor”.

“É um fenómeno que precisa de ser tratado de frente, e que chegamos a ele quando trabalhamos respostas no domínio da ação social”, referiu Francisco Rolo, revelando que em 2013, 8% dos casos acompanhados pelo gabinete de ação social municipal, prendiam-se com agregados familiares que apresentavam quadros associados à saúde mental. “Não podemos ser insensíveis a estes dados, temos de criar respostas para eles” considera o vereador, dando conta de problemas que chegam à própria CPCJ – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens – relacionados com a problemática da saúde mental.

Também o presidente da Fundação Aurélio Amaro Diniz, instituição proprietária do hospital concelhio, afirmou “ter pena que a consulta de saúde mental tivesse ido para Tábua” quando “somos o concelho mais bem posicionado na área de saúde e na ação social”. “Não percebo como Oliveira foi preterido por outros, quando estamos bem implantados no terreno, com equipas que Tábua não tem”, acusou o médico e presidente da Fundação que gere o hospital de Oliveira, pedindo que “essa consulta de saúde venha para cá porque é preciso dar-lhe uma nova dinâmica”.

Em representação do presidente do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior, a técnica de ação social, Luísa Vales, adiantou também alguns dados estáticos em termos de saúde mental que só confirmam a necessidade de “uma resposta adequada” nesta área no concelho de Oliveira, adiantando estar prevista para breve a criação de uma unidade de cuidados comunitários ao nível da saúde mental. “Pensamos ser uma boa notícia” revelou a técnica de serviço social do centro de saúde de Oliveira do hospital, onde em 2013 se registaram mais de 60 tentativas de suicídio, e o número de utentes com depressão ultrapassa os mil.

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