Problema dos fogos “não é técnico, é social”, dizem investigadores

Um grupo de 25 investigadores do Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, visitou a área ardida do concelho de Oliveira do Hospital após o fogo de 15 de outubro. Por cá, os especialistas constataram o problema que esteve na base da catástrofe “não é técnico, é social”.

Margarida Tomé, Coordenadora do Centro de Estudos Florestais (CEF) do ISA, considerou que “é desolador ver um concelho em que área florestal está completamente ardida”. A especialista que, há 25 anos liderou o inventário florestal que aqui foi realizado para o 1º Plano Diretor Municipal, disse que já estava à espera de encontrar este cenário, mas notou que “visto é mesmo desolador”.

Acompanhada por outros investigadores do Centro de Ecologia Aplicada “Prof. Baeta Neves” do ISA e por alunos, Margarida Tomé alerta para a “situação climática anormal” que se verificou naquele dia, notando que “toda a gente está preocupada com a gestão” da floresta, mas “se houver uma situação climática como a daquele dia, poderá voltar a acontecer”. “Temos que nos preparar para isso”, verificou”.

Quanto às soluções possíveis para evitar que situações como as de 15 de outubro se repitam, a especialista notou que o problema que se coloca não é de ordem técnica, mas antes social e política. “O problema é arranjar maneiras de convencer a população a fazer gestão agrupada. Tentou-se com as ZIF (Zonas de Intervenção Florestal). Mesmo assim já melhoramos” mas cada um continua a gerir a sua parcela com aquilo que quer”, referiu, destacando a importância de técnicos no terreno para convencer a uma gestão diferente da floresta.

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