PS quis dar sinal de “coerência” em relação ao IC6 e à Saúde

Aprovadas moções de reivindicação pela melhoria das acessibilidades e da saúde ao concelho de Oliveira do Hospital.

O grupo do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital fez aprovar na última reunião deste órgão duas moções em defesa de duas questões que considera “recorrentes” – acessibilidades e saúde – e, como tal, à espera de resolução por parte dos sucessivos governos.

O líder da bancada socialista, Raul Costa justificou a apresentação das moções com a mudança recente de governo, e para dar uma imagem de coerência do partido a nível local, que promoveu, ainda antes das últimas eleições legislativas, com o PSD no poder, uma manifestação em defesa de infraestruturas rodoviárias condignas e de uma saúde acessível para todos, tendo em conta que mais de metade dos utentes inscritos no centro de saúde oliveirense não tem médico de família.

“O grupo parlamentar do PS não deixará de apoiar o executivo municipal naquilo que tiver de fazer no sentido de reivindicar aquilo a que o concelho tem direito”, referiu aquele deputado, prometendo manter viva a luta por aqueles dois “direitos” independentemente de “estar lá o PS ou outro partido qualquer”.

Um sinal de coerência que leva o Partido Socialista a não calar a sua voz pela concretização da obra de requalificação da EN17, cuja adjudicação já foi anunciada e que espera “não seja um conjunto de remendos”, mas também pela saúde, considerando “inadmissível” que várias extensões de saúde do concelho continuem sem médico de família e que o próprio serviço de urgências do Centro de Saúde não tenha o número suficiente de médicos para acudir ao número de utentes inscritos.

Apesar de ter votado favoravelmente, o independente António Lopes não deixou de classificar as propostas do PS “politiqueiras”, não acreditando que o IC6 venha a ser feito nos próximos anos. “Isto é discutir o sexo dos anjos”, afirmou, questionado o porquê dos médicos “ainda cá não estarem”.

Também o deputado do PSD, Rafael Costa, considera estas moções apresentadas pelo grupo do PS uma ação de “entretenimento”, duvidando assim da sua eficácia.

Acusando o PSD de ter “desistido dos oliveirenses” e de não estar ao lado das suas reivindicações, o socialista Carlos Maia garante que estas são moções “sérias” e não meras questões de entretenimento, assegurando que a posição do PS vai ser a mesma estando no governo ou na oposição.

Considerando que os direitos dos oliveirenses foram “roubados” em diferentes áreas pelo governo do PSD, o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino congratulou-se pela posição do partido que o elegeu, e acrescentou ainda alguns setores, como a justiça e a educação, onde reivindica igualmente a solidariedade do PS para devolver aos oliveirenses alguns “direitos” que foi perdendo. Por proposta do deputado do CDS/PP, Luís Lagos, as moções foram apresentadas pela mesa da Assembleia e não pelo PS, uma vez que as questões que preocupam a maioria socialista e que foram motivo de luta contra o anterior governo, são “unânimes” aos restantes partidos com assento neste órgão autárquico, com a exceção do PSD que se demarcou do protesto do último verão por considerar que este se realizou em “cima das eleições”.

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