Praia Fluvial de Alvoco das Várzeas perde Bandeira Azul. Era a única zona balnear no concelho de Oliveira do Hospital com este galardão, que distingue nomeadamente a qualidade das águas, a acessibilidade e a segurança destes espaços para a prática balnear.
A Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas já veio explicar as razões da perda da Bandeira Azul esta época balnear.
Numa nota informativa publicada na página da Junta de Freguesia, o executivo liderado por Cátia Alves faz notar que a perda do galardão “reside na verificação, realizada em análises à qualidade da água, do não preenchimento de todos os critérios cumulativos e necessários para que este possa ser atribuído”, adiantando que as causas deste não preenchimento “extrapolam o território Alvocence e as suas águas”, e como tal, são “uma consequência terceira às gentes de Alvoco”.
Aproveitando para esclarecer que tem estado a desenvolver todas as diligências necessárias para tentar encontrar as causas do sucedido, “desde as primeiras suspeitas até à confirmação da perda do galardão”, a Junta de Freguesia avisa a população para ter cuidado com eventuais “informações não comprovadas” sobre o sucedido, garantindo que “a qualidade da água para banhistas e todos os utilizadores das águas do Rio Alvoco não se coloca em causa, continuando esta, com as suas reconhecidas singularidades”. Mais informa que irá divulgar, “sempre que possível e quando na posse das mesmas, todas as informações sobre o sucedido, com o objectivo de manter toda a comunidade Alvocence a par da evolução que seja tida”.
Em declarações à Rádio Boa Nova, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, também já tinha dado nota da perda da Bandeira Azul na Praia Fluvial de Alvoco de Várzeas, informando que a mesma se deve à “oscilação da qualidade da água” verificada no conjunto das várias análises realizadas no último ano.
“A água é maioritariamente de qualidade excelente, mas existe um grande diferencial nalgumas análises. É boa para banhos, não há aqui nenhum problema com a qualidade da água. Há picos de excelência, depois há valores mais baixos”, referia o autarca, ouvido ontem pela RBN, garantindo já ter conhecimento das “dificuldades para obter o galardão”, precisamente devido aquilo que eram alguns resultados das análises laboratoriais.
Francisco Rolo aponta “a seca, o baixo caudal do rio e consequente acumulação de detritos, o risco de contaminação humana, o estado de estruturas de tratamento de águas residuais e a existência de fossas rotas na proximidade do rio” como possíveis causas para a alteração dos requisitos necessários à atribuição do prestigiado galardão ambiental e adianta que a situação já está a ser averiguada por um grupo de trabalho composto por técnicos da Câmara Municipal e da empresa de Águas Públicas da Serra da Estrela. O objetivo é verificar todas as infraestruturas, incluindo a ETAR de Vide, que se encontra a montante, bem como estudar situações de baixo caudal, no sentido de corrigir eventuais deficiências e recuperar o galardão já no próximo ano. “É para isso que estamos a trabalhar”, garantiu, na RBN, não escondendo alguma desilusão pela perda da Bandeira Azul que ajudou a conquistar para esta praia fluvial pela pela primeira vez há nove anos, quando ainda era vereador com os pelouros do turismo e ambiente.
Refira-se que vários outros municípios da região, como Seia e Arganil, perderam este ano, este galardão, em algumas das suas praias fluviais, o que leva o autarca a dizer que “houve um apertar dos critérios”.