José Carlos Alexandrino, presidente do município oliveirense, garante que esta será o maior certame de sempre e um dos maiores do país dedicados ao queijo.
Oliveira do Hospital está a preparar a maior feira do queijo de sempre, o que é que isso significa em termos de visitantes?
José Carlos Alexandrino – Espero ter a cidade completamente cheia, e por isso traçaria como meta, durante os dois dias de feira, ter em Oliveira do Hospital para cima de 20 mil pessoas. Temos alguma expectativa, sobretudo depois desta campanha de marketing e publicidade nos meios de comunicação social, e por isso acreditamos que serão milhares de pessoas que se deslocarão a Oliveira, porque temos uma estrutura montada para receber essas pessoas. Como já disse, este é um acontecimento único, não é só apregoarmos que é a maior feira, mas como se percebe o nosso modelo tem sido copiado por todos os municípios que têm queijo Serra da Estrela, o que demonstra claramente que o caminho que eu tracei é um caminho que é reconhecido por todos, considerando o meu executivo que este é o grande momento de afirmação do concelho. Diria que a EXPOH não tem a mesma dinâmica que esta feira do queijo.
Tem afirmado que mais que uma feira, este certame tem como objetivo vender a “marca” Oliveira do Hospital …Pensa que o queijo tem sido uma âncora desta estratégia de promoção do concelho?
Começamos a ter uma marca hoje em Oliveira do Hospital, sem dúvida nenhuma. Até pelo interesse dos meios de comunicação social, esta semana vamos marcar presença em vários programas de televisão, nos jornais de âmbito nacional, e isto ultrapassa a região. Numa primeira fase nós quisemos ganhar a região, já a conquistámos, e neste momento conseguimos colocar esta feira a nível nacional. Isto demonstra claramente que conseguimos agarrar num produto de excelência e através dele promover o concelho de Oliveira do Hospital. Nós não concorremos com os outros concelhos que têm queijo serra da Estrela, mas quando se diz que Oliveira do Hospital não tem uma estratégia de marketing, eu diria, que pela primeira vez há uma imagem, uma marca quando nunca houve. Nós partimos do zero. Há um trabalho que foi feito e que não para este ano.
Esta feira ainda tem condições para crescer?
Esta será a maior, mas na semana depois da feira faremos a reflexão sobre aquilo que podemos ainda melhorar. Este ano, introduzimos já alguns aspetos diferenciadores, temos um programa cultural muito interessante, o próprio alargamento do horário da feira é sinonimo que queremos que as pessoas possam desfrutar da feira durante mais tempo, e por isso este é um grande trabalho de uma grande equipa. Eu percebo que nestes dias isto traga alguns incómodos para os nossos comerciantes da praça central, e tem havido algumas críticas, mas eu penso que vale a pena fazermos estes sacrifícios, porque o retorno financeiro não é agora. O retorno é sentido ao longo do ano, com mais pessoas a visitarem Oliveira do Hospital, porque o nosso objetivo é que elas voltem, não apenas nestes dois dias. E nesse aspeto acho que temos conseguido fazer bem esse trabalho, sempre com ambição de fazermos mais e melhor.
Falou num investimento de cerca de 50 mil euros. Não é um valor demasiado alto para dois dias?
Acho que é um investimento fantástico. Perguntava-lhe quanto é que custa uma publicidade de três minutos numa televisão, e nós vamos ter aqui várias horas. Isto tem um retorno que alguns não querem ver, mas isso também não me preocupa porque quem governa o concelho sou eu, e não volto atrás com as minhas ideias, pelo contrário eu gostaria que um dia esta feira pudesse dobrar o seu investimento e então projetá-la ainda muito mais.
Vai manter a data do certame em fevereiro ou no próximo ano poderá voltar a fazê-la em março?
Este ano, a data foi condicionada, pelo acordo com a TVI, não vale a pena esconder que isso influenciou a antecipação da feira, mas também lhe quero dizer que se fosse a 8 ou 9, tínhamos a SIC interessada em fazer aqui o programa. Nós temos é que ter uma organização perfeita para as televisões perceberem que este é um evento que marca a diferença no seu território e quando se critica tanto as vindas da televisão eu gostava de dizer que os outros municípios disputam a vindas dessas televisões e muitos não conseguem. Por isso há aqui algum trabalho de imagem que é para continuar no próximo ano.
Onde é que gostaria de ver implantado o monumento à queijeira com que pretende homenagear todas as mulheres que contribuem para a produção desta maravilha da nossa gastronomia?
Eu não gostaria de estar a influenciar a escolha. Gostaria mais daquela ideia de enquadrar esta escultura numa rotunda que viesse no seguimento de outras alusivas a este tema. Mas como digo não sou dono do concelho, e terei que perceber a sensibilidade das pessoas, sobretudo dos mais interessados neste monumento e farei aquilo que eles decidirem.