Emoções. Factos. Opiniões.

Ainda bem que a oposição tem obra para criticar, pois nos outros tempos, pouco se fazia.  Mas também é porque é o mais fácil quando não tem alternativas para apresentar.

A Democracia deu-nos o maior dos valores de cidadania. A Liberdade. Liberdade de ação. Liberdade de expressão. Alicerçada num conjunto de direitos e deveres que nos responsabilizam diariamente por mantermos a democracia viva e democrática. Parece uma redundância, mas é mesmo. Um dos princípios basilares está perpetuado na frase de que “a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro”. Frases feitas, mas que de forma simples nos deveriam orientar na nossa liberdade de vida. Mas vamos a casos práticos. Será a liberdade de expressão atacar pessoalmente alguém com cartazes de uma violência atroz e a roçar o racismo? Transformar uma luta justa e legítima de uma classe respeitada, e que se deve dar ao respeito, em atos deste nível, é condenável e nada tem a ver com os Professores. Mas depois até temos um Presidente da República, que agora acha isto normal, porque anda “chateadinho” com o Primeiro-Ministro, que até o apoiou na sua eleição.

Será a liberdade de expressão utilizar as redes sociais para destilar ofensas, mentiras, suspeições por pessoas de quem não se conhece qualquer participação social ou cívica, mas que acham que deitar abaixo os outros, é que é bom? Aliás há quem lhe chame frontalidade ou mau feitio. Como se nós tivéssemos que ouvir e calar, só porque sim. Será liberdade de expressão termos uma certa comunicação social, condicionada pelos seus Donos, condicionada pela política partidária, que já não disfarça a desinformação, à procura dos minutos e minutinhos do dia, para arranjar um qualquer caso para manter viva a narrativa que lhe interessa? Será liberdade de expressão ter um estado de direito, em que não há direito ao segredo de justiça, e que coloca em causa pessoas, que são condenadas na praça pública, sem o serem nos tribunais?

Cabe a cada um retirar as devidas ilações e refletir. Mas não é apenas isso que me preocupa. É o reflexo e a imagem do estado a que deixámos que tudo aconteça. A radicalização da vida pública, a falta de respeito e uma anarquia de valores que alguns querem fomentar.

Preocupa-me ver pessoas condicionadas pelo medo, assustadas com o retrato que alguns fazem do País, dos seus concelhos, das suas freguesias. Está tudo mal e temos é que estar sempre em crise. Mas depois percebemos que há quem possa encher concertos. Há quem possa viver e criar emprego a partir de um país considerado com um dos melhores destinos turísticos do mundo. Há empresários que diariamente investem e criam emprego. Há pessoas com ambição que em tempos de crise superam as dificuldades. Há um SNS, que não é infelizmente o que gostaríamos de ter, mas que está cá e é de todos. É verdade que há falta de profissionais de saúde, há quem espere e desespere por uma simples consulta, há quem não tenha sequer um médico de família atribuído. E este sim, é um problema que é de todos e deve ser uma prioridade clara do país. Há uma Educação pública, de todos e para todos. com escolas de qualidade, que têm vindo a melhorar o seu desempenho a nível europeu. Até temos hoje um país, que é dos que tem mais alunos que ingressam no ensino superior e que mais cresceu nesse indicador. Continuamos a ter problemas na Educação? Certamente que sim.

A solução mágica para os nossos problemas não existe. Sei é que devemos todos ajudar a encontrar soluções. Porque não Juntar partidos, juntar especialistas, juntar os críticos, e apontarmos um caminho que seja estável e transversal a quem governa, independentemente da cor política. Que não seja o da pura crítica, que está provado, não nos resolve problemas.

Em Oliveira do Hospital a oposição diz que temos problemas por termos obras a mais, que não se fazem no tempo que gostaríamos, mas estão cá. Porque houve presidentes e executivos socialistas que não ficaram quietos e conseguiram captar investimento nunca antes visto. Ainda bem que a oposição tem obra para criticar, pois nos outros tempos, pouco se fazia.  Mas também é porque é o mais fácil quando não tem alternativas para apresentar. Há quem também se lamente da obra que se faz. Por gostos. Mas ainda bem que há liberdade para termos gostos diferentes e respeitarmos os gostos dos outros. Para mim, gostos à parte, interessa-me o gosto de ter na nossa Terra, obra que chame, desenvolva e melhore o bem estar comum.

Desculpem lá a minha liberdade de ter optimismo, de não ser radical e preferir a moderação, de preferir pontes e diálogos com todos os que querem ter uma Freguesia melhor, um Concelho melhor, um País melhor. Não quero fazer parte de um país de derrotistas, pessimistas, críticos profissionais, que pintam um país da desgraça e do empobrecimento, quando temos em todos os setores de actividade públicos e privados, na política, no associativismo, pessoas com qualidade para fazer. E Fazer resolve problemas. É um direito que temos, o de ambicionar mais e melhor. E se até temos os tudólogos a proliferar em tudo o que é redes sociais, televisões, rádios e afins, porque não convidá-los a candidatarem-se a Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, Governos, ou simplesmente a Associações da sua Terra, para fazer, digo eu, o que é realmente importante e prioritário para as pessoas.

O optimismo, a confiança, a tolerância, não se compram, mas conquistam-se com a vontade de deixarem de ver apenas e só, o fruto feio e podre, para vermos a melhor forma de tornarmos o fruto saboroso para todas e todos. (Botânicas à parte…).

Obrigado pela Paciência e Boa leitura.

Daniel Dinis Costa

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