Autarca oliveirense marcou ontem o arranque do ano letivo no concelho na escola de Lagares da Beira, onde deu nota dos investimentos que se seguem na área da educação e pediu medidas de descriminação positiva que possam ajudar a estancar a perda de crianças do interior.
Depois de um ano marcado pelos protestos dos alunos do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, contra a permanência das coberturas de fibrocimento no recinto escolar, o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, deixou ontem a garantia da obra vir a ser lançada brevemente, devendo ficar concluída a tempo do início do próximo ano letivo.
Durante uma visita “simbólica” à escola de Lagares da Beira, que marcou o arranque do ano escolar no concelho, o autarca oliveirense aproveitou realçar os melhoramentos realizados neste estabelecimento de ensino, que a partir deste ano passa também a integrar o ensino pré-escolar.
Sem registos de incidentes e com o ano a começar em ambiente de perfeita “ normalidade” em todo o concelho, Alexandrino deu ainda nota da necessidade de avançar com a requalificação da escola secundária, uma vez que há verbas para o efeito no Pacto da Comunidade Intermunicipal. “Há aqui alguns processos que estamos a tratar e pedimos uma reunião ao senhor Ministro da Educação, juntamente com os presidentes da Câmara da Figueira da Foz, Cantanhede e Coimbra que têm problemas idênticos”, afirmou o edil, acreditando que na abertura do próximo ano letivo estas obras já estejam todas realizadas. “A retirada do amianto até mais rápido, porque a partir do lançamento do concurso daremos só três meses para a realização dos trabalhos, sem prejuízo das aulas, porque temos consciência que temos aqui alunos a disputar notas para acesso ao ensino superior”, afirmou o edil, determinado a acabar definitivamente com um problema que se arrasta há anos, e que no passado ano letivo motivou vários protestos por parte dos alunos e encarregados de educação que exigiram a retirada das placas de amianto da escola, por estar provado que são altamente prejudiciais à saúde.
Outro “sonho” por concretizar, mas que segundo o presidente da Câmara, se mantém de pé, é a construção de um centro escolar na cidade, junto à sede do Agrupamento, de modo a concentrar num só local todos os níveis de ensino. “Não tem sido fácil, sobretudo por causa da própria cedência dos terrenos, mas há uma forte esperança que esse projeto possa ser uma realidade”, afirmou, ao mesmo tempo que fazia notar a diminuição do número de crianças, nomeadamente nas escolas da periferia, que ditou que este ano a escola do primeiro ciclo de Vila Franca da Beira fosse mais uma encerrar. “Há aqui uma batalha muito grande para vencer, que é o problema da natalidade. Oliveira do Hospital tem um programa de incentivo à natalidade, que é um estímulo, mas por si próprio não resolve o problema” entende o autarca, alertando para a necessidade de medidas de diferenciação positiva para os territórios de baixa densidade. “Como digo se não tivermos emprego, não temos jovens, se não tivermos jovens, não temos filhos e se não tivermos filhos não temos escolas” advertiu o autarca em mais um arranque de ano escolar no concelho de Oliveira do Hospital.
Um arranque que ficou marcado com a deslocação “simbólica” à escola de Lagares da Beira que contou também com a presença do presidente do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, Carlos Carvalheira, e da vereadora da Educação, Graça Silva, que destacou o “ajuste” que foi feito naquele estabelecimento escolar, devido precisamente ao decréscimo do número de alunos, de modo a receber pela primeira vez o pré-escolar, à semelhança do que já tinha sido feito na escola da Cordinha.