Oliveira do Hospital vive e comemora 25 de abril.
Oliveira do Hospital viveu e comemorou mais um 25 de Abril. Na já habitual sessão solene evocativa no salão nobre dos Paços do Concelho, onde os diferentes partidos com representação concelhia são convidados a intervir, o presidente do Município, José Carlos Alexandrino, aproveitou para fazer uma retrospetiva do atual mandato que, como referiu, foi e continua a ser marcado pelo trágico incêndio de outubro de 2017.
“Felizmente, estamos a virar a página, mas o incêndio continua a marcar o nosso dia a dia”, constatou o autarca, lamentando que algumas reportagens televisivas tentem passar a imagem do contrário, mesmo quando Marcelo Rebelo de Sousa, vem ao concelho e se mostra impressionado com a velocidade com que Oliveira recuperou da maior catástrofe da sua história recente. Confessando-se “ferido” com esses «pseudo jornalistas», Alexandrino que, nesse mesmo dia esteve na TVI24 para esclarecer o processo de recuperação das casas de primeira habitação, fez saber que se encontram concluídas 95 habitações e 27 estão em execução, apontando a sua conclusão para finais de julho. Além das casas, o edil assinalou ainda recuperação das cerca de 100 empresas afetadas pelo fogo, com o apoio da CCDRC, que canalizou para o concelho uma verba de mais de 20 milhões.
Fazendo questão de recordar que foi ele que iniciou as comemorações do 25 de Abril no concelho, José Carlos Alexandrino, alertou para a necessidade das escolas ensinarem aos mais novos como se conquistou a liberdade, e aproveitou para dizer que quer ver reconhecido o papel “muitas vezes esquecido” da mulher, num monumento de homenagem a edificar no concelho
A emancipação da mulher no pós 25 de abril já tinha sido realçada pela representante do PS, Patrícia Lopes, que destacou a “educação acessível a todos” como uma das grandes conquistas da revolução. Todavia, advertiu, “não se pode dar a democracia como adquirida”.
Pela voz do PSD, Bárbara Coquim, questionou se os ideais de Abril estão mesmo a ser cumpridos e se “o povo será que mais ordena”. “Temos muito que fazer. É tempo para agir”, considerou a jovem social democrata que deixou críticas ao Serviço Nacional de Saúde; à educação, lembrando que esta está como há uns anos atrás – com “escolas frias e com poucas condições” e fez notar que o interior está cada vez mais “deserto e despovoado”.
Tudo o que o representante do CDS-PP; Rafael Dias, já havia sublinhado, e que põe em causa, na sua opinião este “25 de abril”.
Numa sessão onde a CDU não marcou presença, também a presidente da Assembleia Municipal, Dulce Pássaro, referiu a necessidade de se fazer “um trabalho mais aprofundado” no sentido dos jovens valorizarem a liberdade e “saberem o que é viver em liberdade”. Convidado especial destas comemorações foi o antigo eurodeputado socialista, o oliveirense António Campos, que chegou a estar preso, e que apelou agora a que se faça uma “revolução de mentalidades”.