Deputada Eloisa Apolónia visitou obras da ETAR de Meruge.
A deputada dos “Verdes”, Eloisa Apolónia, visitou as obras da futura ETAR de Meruge e deixou a promessa de questionar o Ministério do Ambiente sobre o “extraordinário atraso” desta infra estrutura, tão necessária para a população e “fundamentalmente para a valorização deste território, designadamente para a despoluição do rio Cobral”.
A deputada lamenta que o equipamento não só esteja muito atrasado “face ao cumprimento dos prazos previstos”, como em reunião com o presidente da Junta de Freguesia, ficou a perceber que“este equipamento não vai servir toda a população”, porque apenas uma das fossas sépticas existentes na freguesia – e são três- vai ser ligada à nova ETAR. “Ou seja, o problema mantém-se gravemente em relação à poluição do rio Cobral, pois apenas um terço do problema fica resolvido, dois terços ficam por resolver”, constata a deputada, cujo grupo parlamentar tem vindo a acompanhar, ao longo dos anos, o problema da poluição deste afluente do Mondego, provocada essencialmente pelas fábricas de lacticínios existentes no concelho de Seia. “Estamos a falar de um rio profundamente fustigado, e esta é uma vertente extraordinariamente importante para reganhar vida”, considera Eloisa Apolónia, prometendo intervir no parlamento, por via de pergunta escrita que “obrigará a uma resposta escrita do Ministério do Ambiente” sobre a questão da ETAR de Meruge.
Segundo a deputada importa saber “que custos acrescidos decorrem de ligar as três fossas sépticas à ETAR”, uma vez que, como disse o senhor presidente da Junta “o grosso do investimento está feito”, e portanto “não se percebe muito bem esta situação”. Por outro lado, “vamos também tentar perceber oque foi feito em termos de fiscalização porque as descargas das fábricas de lacticínios continuam a ser feitas e o que é certo é que a população continua aconfrontar-se com o problema, e o que é certo que os verdes gostariam de contribuir para que esta denúncia fosse feita na Assembleia da República e daí obter respostas”, afirmou durante uma deslocação à futura ETAR. Também o presidente da Junta de Freguesia vem levantar o problema, apercebendo -se que a ETAR afinal não resolve os problemas de saneamento da freguesia. “Achamos que não tem cabimento fazer um investimento destes, tão grande, e ficar com o problema nem meio resolvido, visto que em Meruge existem três fossas e só uma vai ser ligada à ETAR, isto é uma aberração”, entende o autarca, Aníbal Correia, lamentando que depois de tanto dinheiro gasto, a freguesia de Meruge continue com esgotos sem tratamento.