Quase 15 dias depois do ataque informático que atingiu todos os setores do Município, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, deu conta, esta manhã, na reunião pública do executivo camarário, da tarefa “árdua e complexa” da equipa de informáticos da autarquia no sentido de restabelecer o “sistema”, que continua muito condicionado.
“Neste momento estamos a tentar recuperar toda a informação que é possível recuperar, para que os serviços do Município retomem a normalidade”, referiu o edil, adiantando que os setores fundamentais continuam sem estarem restabelecidos. “A contabilidade – estamos sem fazer pagamentos – os serviços de recursos humanos, o balcão único para atendimento, e toda a divisão de planeamento e gestão do território, ou seja, obras particulares e obras públicas e é importante que estes serviços retomem a normalidade”, afirmou, dando nota do investimento que está a ser feito na melhoria e proteção do sistema que sofreu um ataque “numa escala elevada”, apesar de “não ter sido pedido resgate”.
A propósito deste assunto, o vereador da Coligação PSD-CDS, Francisco Rodrigues, questionou o executivo sobre que ações é que já foram desenvolvidas pelo Município, uma vez que “existe um projeto comum a desenvolver no âmbito da CIM Região de Coimbra relacionado exatamente com a cibersegurança, porque nós sabemos que os ciberataques acontecem, mas também acontecem quando há fragilidade relativamente à estrutura que é atacada”.
“Se do nosso lado houver alguma fragilidade no sentido de permitir a abertura de certo tipo de emails suspeito, se permitir a entrada de certos elementos perturbadores, as coisas acontecem com maior facilidade”, advertiu o vereador da oposição, para quem tem de haver uma preparação “muito séria” dos recursos humanos da Câmara Municipal relativamente a esta questão, porque “de outra forma vamos ter outra vez um ciberataque”, vaticinou.
A sublinhar que o que aconteceu em Oliveira do Hospital não tem a ver com a vulnerabilidade do sistema, Francisco Rolo lembra que “não há sistemas protegidos a 100%” e, por isso, é que entidades como “a NASA, a CIA, ou a Vodafone” já foram alvo deste tipo de ataques. “No dia a seguir a termos tido um ciberataque, o Ministério da Economia foi alvo de um ciberataque, outras Câmaras tiveram ciberataques, algumas não deram conta pública disso, mas nós entendemos dar conta porque criou graves condicionantes ao funcionamento dos nossos serviços e ao andamento de alguns processos”, referiu, considerando que os Municípios estão hoje muito dependentes do digital, porque “circula tudo em formato digital”.
Neste contexto, “temos de reforçar as equipas neste domínio, seja no domínio da cibersegurança, seja na manutenção dos sistemas digitais”, sustentou, dando nota do reforço do investimento que vai ser feito, a partir de agora, nesta área, ao nível dos recursos humanos, mas também nas plataformas utilizadas pelo Município.