O candidato da Coligação PSD/CDS, Francisco Rodrigues, deu a conhecer aos oliveirenses as linhas gerais da sua candidatura à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, garantindo ter para oferecer “o domínio das informações” e “uma experiência acumulada de 37 anos” como técnico na autarquia, que segundo referiu “contribuiu para o sucesso do percurso de seis presidentes de Câmara com quem trabalhou”.
Antigo candidato pelo PS e ex homem da confiança política do presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, que lhe retirou, em 2020, a confiança política e a coordenação de um dos dossiês mais importantes da autarquia, ligado à gestão dos fundos comunitários, Francisco Rodrigues apresentou-se aos oliveirenses prometendo-lhes uma nova forma de governar “mais equilibrada, justa e democrática”.
Reclama um novo paradigma de desenvolvimento para o concelho, e justifica com a “desilusão” e “perceção negativa” que muitos oliveirenses têm neste momento relativamente ao modelo autárquico socialista. “É uma candidatura que corporiza uma enorme vontade de mudança”, garantiu, recusando uma mera “dança de cadeiras” no exercício das funções autárquicas. “Defendemos uma nova perspetiva e uma nova atitude, de respeito pela diferença e pela pluralidade política”, assegurou, reclamando mais “justiça social” nas ações da Câmara Municipal e na forma como esta se relaciona com as instituições e com os cidadãos.
“Uma nova forma de justiça social que não seja a da subsidiação selectiva, menos correta e equilibrada”, afirmou, apontando para as Juntas de Freguesia onde “umas não podem ter tratamento diferente relativamente a outras, só porque votaram mais numa força política”.
Também em relação à nova “vaga de fundos comunitários” que vai chegar com o Plano de Recuperação e Resiliência, Francisco Rodrigues considera que o concelho tem de estar preparado para “garantir que nenhum fundo é perdido ou desviado para outro concelho por causa da nossa incompetência” e apontou as áreas da saúde e da educação, como áreas onde tem de continuar a existir investimento público para suprir as necessidades e fazer face aos desafios, mas também as áreas da cultura e do desporto.
“Continuamos a ser um concelho que não tem um pavilhão multiusos que nos permita ter capacidade de criar grandes eventos”, afirmou, em jeito de critica, ao mesmo tempo que chamou a si o projeto de requalificação e ampliação da Casa da Cultura que, assegurou, se vai ter um auditório com 300 lugares, se fica a dever a si. “É este espírito de ambição que queremos para o próximo mandato autárquico”, fez notar, acusando ainda o atual executivo de não ter preparado o futuro da cidade e o seu crescimento, e de “termos uma cidade com as mesmas ruas que tinha há 20 ou 30 anos atrás”.
Dizendo-se apostado num novo modelo de governação para recuperar os “níveis de desenvolvimento que o concelho já teve”, o candidato da Coligação PSD/CDS-PP promete pôr todos os recursos ao serviço deste objetivo, considerando que o Orçamento Municipal “não pode
continuar a ser uma placa giratória das transferências do Orçamento de Estado, para destinos menos claros e menos lícitos”.
Numa conferência de imprensa, onde pronunciou várias vezes as palavras “verdade”, “justiça” e “equilíbrio”, Francisco Rodrigues falou ainda do seu afastamento do lugar de confiança do presidente da Câmara Municipal, garantindo que “nunca foi desleal ao presidente José Carlos Alexandrino”, nem “nunca boicotou o trabalho que lhe foi confiado”, afirmando que colocou sempre a Câmara acima da sua própria vida privada e familiar.
“Falar de deslealdade e de boicote eu diria que é um disparate” rematou o candidato, voltando a afirmar que liderou vários processos relacionados com as candidaturas aos fundos comunitários, e que se sente “um grande orgulhoso” por isso. Acrescentou ainda que se sente “mais que preparado” para o desafio autárquico que se aproxima e que aceitará o resultado, seja qual for o “nível de confiança” que a Coligação PSD/CDS-PP merecer junto do eleitorado oliveirense.