Direção Regional da Cultura e Município de Oliveira do Hospital anunciaram investimento de 400 mil euros em Lourosa, no dia em que se assinalaram 100 anos da classificação da igreja moçárabe como monumento nacional.
Há vários anos desejada, a requalificação da envolvente à Igreja Moçárabe de Lourosa vai finalmente ser uma realidade. A apresentação do projeto foi feita ontem, em Lourosa, no mesmo dia em que se assinalaram os 100 anos da classificação daquele templo como monumento nacional, e contou com a presença da diretora regional da Cultura, Celeste Amaro e do executivo camarário oliveirense.
Uma “obra de relevância” para o presidente da Câmara Municipal que não tem dúvidas que este projeto vai não só tornar mais moderno o espaço exterior à igreja, atualmente visivelmente degradado, como vai contribuir para atrair mais turismo àquela localidade, que nos últimos anos, devido à visibilidade de algumas iniciativas ali realizadas, tem visto aumentar, ainda assim, o número de visitantes. “Eram obras há muito desejadas e o concelho não podia perder esta oportunidade de ir buscar algumas verbas para isto”, entende o edil, que a par deste investimento, prepara-se para lançar também as obras no Centro Romano da Bobadela, nomeadamente o Centro de Interpretação das Ruínas e a recuperação da Casa Amarela, num investimento superior a 600 mil euros.
A ideia, segundo José Carlos Alexandrino, é criar um roteiro turístico em torno destas duas “joias da coroa”: Bobadela e Lourosa, juntando a estes monumentos a Capela dos Ferreiros, em Oliveira do Hospital, também classificada de Monumento Nacional. “Temos de começar a ligar este património a algumas redes, e algumas até ligadas a Coimbra que é Património da Humanidade, porque hoje o turismo cultural e de natureza são dois braços fortes em termos futuros”, considera o autarca oliveirense, garantindo estar em condições de adjudicar as obras de requalificação da envolvente à igreja Moçárabe, muito em breve, tendo já assegurado um financiamento de 85% do novo quadro 2020.
Um investimento de 400 mil euros reivindicado há vários anos pela autarquia e que a própria Diretora Regional de Cultura admite pecar por tardio. Mais importante, todavia, para a responsável da cultural na Região Centro é que “em 100 anos a igreja continua de pé e não deixou cair” e que o concelho tenha aproveitado os fundos comunitários, agora disponíveis para a região, para reabilitar o seu património. “Pode ser tarde, mas o importante é que as verbas estão aí e temos de as aproveitar e utilizar o mais rápido possível”, afirmou Celeste Amaro, colocando-se à margem da discussão sobre as origens deste templo, numa altura, em que o investigador Paulo Almeida Fernandes, vem a público afirmar que a igreja moçárabe poderá estar antes “vinculada ao reino das Astúrias”. “O importante é valorizar este monumento e chamar turistas a Oliveira do Hospital, não é só Espanha e os grandes centros que têm monumentos importantes”, considera a diretora regional da Cultura, que não sendo “historiadora” não tem dúvidas que a igreja de Lourosa é um dos templos mais importantes da Península Ibérica.