Presidente da Câmara teme que durante a quadra natalícia a situação, provocada pela falta de médicos, ainda se possa agravar mais.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, teme que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira possa entrar em colapso nas próximas semanas por “uma evidente falta de médicos”.
O executivo camarário teve oportunidade de se deslocar àquele serviço a fim de avaliar o problema e constatou, uma vez mais, que a situação vivida nos últimos tempos nas urgências é “dramática” e “insustentável”, havendo profissionais a trabalhar ininterruptamente durante mais de 12 horas para tentar assegurar o seu funcionamento.
O autarca oliveirense garante que na semana de Natal a situação voltou a complicar-se e “o SAP esteve mesmo na iminência de fechar, só não fechou graças ao voluntarismo dos nossos médicos”, afirmou, lembrando que a falta de médicos está a afetar as 12 extensões de saúde existentes no concelho, estimando-se que, a partir do final do ano, “haja mais de 11 mil utentes sem qualquer assistência médica do Serviço Nacional de Saúde”, com o afastamento anunciado de quatro clínicos. “Isto é absolutamente dramático, é que sem médico de família as pessoas tendem ainda mais recorrer às urgências”, refere o edil, lembrando que “o ambiente que se está a viver no Centro de Saúde de Oliveira do Hospital é de grande tensão e ansiedade porque os escassos profissionais de saúde que ali trabalham já não conseguem responder ao elevado número de atendimentos clínicos que se regista no SAP, notando-se sinais de exaustão da equipa médica”, considera José Carlos Alexandrino.
“Só em doze horas tinham sido atendidos 78 doentes, o que é um número muito elevado”, entende o edil que durante a visita àquele serviço de saúde teve oportunidade de constatar que os médicos e os utentes do CSOH estão preocupados com o que está a acontecer e, pior do que isso, com as perspetivas para os próximos dias, devido à escassez de pessoal médico disponível para assegurar o serviço. “Tal como está a situação é insustentável, até agora o SAP tem-se aguentado graças à boa vontade dos médicos oliveirenses, mas isto não é solução, ninguém aguenta este ritmo” adianta o edil, lembrando que o seu executivo tem vindo a alertar a tutela para o problema deste serviço, propondo inclusivamente algumas soluções, mas sem qualquer sucesso.
“Nós já nos mostrámos disponíveis para apoiar a contratação de médicos, suportando as despesas com o alojamento, e temos apresentado algumas soluções, mas a ARS não tem dado respostas”, entende o edil, que alerta para o facto desta situação se arrastar desde 2012. “Nós sabemos como encontrar médicos para colocar em Oliveira do Hospital, desde que a ARS aceite um protocolo com o Município”, garante Alexandrino que lamenta a degradação dos serviços de saúde no concelho e a falta de respostas das entidades competentes para a resolução de uma situação que pode piorar ainda mais, a partir do dia 1 de janeiro, altura em que dois médicos que integram o quadro clínico da estrutura do CSOH passarão à condição de aposentação.