Vereador do PSD questiona executivo sobre as obras de remoção das coberturas de amianto da escola sede do Agrupamento de Oliveira do Hospital e acusa presidente da Câmara de ter sido “barriga de aluguer” do Governo numa obra que não era da sua responsabilidade.
O vereador do PSD na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, João Paulo Albuquerque, que esta quinta-feira contou com a solidariedade de dois elementos da sua lista nas últimas eleições autárquicas, no decorrer da reunião pública do executivo camarário, questionou o presidente do Município sobre as obras de remoção das placas de fibrocimento da escola sede do Agrupamento de Oliveira do Hospital, alertando para o facto de passado mais de um ano dos trabalhos terem começado e parado pouco tempo depois, “professores, funcionários e alunos continuarem expostos a este problema nefasto”.
“Em devido tempo alertei para o que agora está a acontecer, o senhor serviu de barriga de aluguer para libertar o Governo da responsabilidade daquela obra”, atirou o único autarca eleito pelo PSD, questionando ainda Alexandrino para “quando a abertura do novo concurso”, uma vez que a Câmara rescindiu o contrato com a empresa a quem adjudicou os trabalhos por falta de cumprimento dos prazos. “Vamos rezar para que o problema esteja resolvido antes da queda do Governo e do final do seu mandato”, vaticinou Albuquerque, que aquando do lançamento desta obra, votou contra, entendendo que esta não era da competência da autarquia, mas sim do Ministério da Educação. “O senhor meteu-se num problema que não era seu”, apontou.
Na resposta à intervenção do vereador da oposição, Alexandrino voltou a lembrar que a escola não era sua, mas os alunos são “nossos” e esse foi o motivo que o levou a correr atrás do financiamento. “O único crime que eu cometi neste processo foi negociar as verbas, perante a degradação da escola secundária, arranjei 1,2 milhões de euros para arranjar esta escola”, afirmou o edil, não se revendo nas críticas do vereador. “Eu não represento aqui o Governo, se há alguma coisa que sempre fiz questão de afirmar, é a minha independência em relação a este Governo”, referiu, reconhecendo que este processo tem sido desde o início um “verdadeiro calvário”.
Entretanto e apesar de admitir também que se demorou demasiado tempo a rescindir com a empresa, tendo em conta que era uma empresa do concelho e podiam estar em causa postos de trabalho locais, José Carlos Alexandrino garante que neste momento a Câmara já tem a posse administrativa da obra, o que quer dizer que muito “brevemente” irá ser lançado o novo concurso público. “Agora temos de fazer o levantamento dos prejuízos, avaliarmos os prejuízos para quando lançarmos o novo concurso incluirmos alguns custos, é natural que tenha de haver um esforço financeiro maior”, constatou, empenhado em que a obra seja lançada o mais “depressa possível”.
Também o vereador Carlos Carvalheira que é presidente do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital lamentou a situação, sobretudo porque os “grandes prejudicados são a toda a comunidade educativa”, mas entende que “não há nenhum político responsável que não queira ver a obra concluída”.